O olho de Hórus
A escola de mistérios
Esta História começa antes da destruição causada pelo Dilúvio. Quando ainda existia outra civilização na Terra sob o lugar que hoje, convertido em lenda, chamamos de Atlântida. Tinham um sabedoria que era produto da evolução da consciência do homem por milhares de anos. Eram verdades aprendidas sobre o funcionamento do Universo, o processo que chamamos Vida. O estudo das constelações lhes revelou que a humanidade era uma união vivente entre o céu e a terra.
E que as estrelas e os sóis a influenciaram formando estações, ciclos e ritmos. Sábios Sacerdotes da Escola de conhecimento de Nahacal, na Atlântida , descobriram que o planeta estava nos momentos finais de um destes ciclos. Avisaram, sem que lhes desse ouvidos, de uma catástrofe eminente, que destruiram as estruturas que organizaram a vida do homem. Sem o apoio da maioria da população construíram alguns barcos fechados por todos os lados e os protegeram com campos eletromagnéticos de forças que podiam penetrar e dissolver a matéria.
Comandados pelo sumo sacerdote Chiquitet Arelich Vomalites, subiram a bordo com suas famílias, alguns instrumentos, animais domésticos e afastaram-se de Atlântida. O Planeta estremeceu, os céus derreteram e as águas arrasaram os continentes, apagando quase todos os rastros de sua civilização.
Balbek e Jerusalém
Como evidencia, próximo ao Egito, foram encontrados gigantescos monumentos de pedra chamados Megálitos, que por seu tamanho, peso e difícil montagem revelam uma tecnologia desaparecida, certamente da civilização Atlante. A primeira evidencia esta em Baalbek, Líbano. La se encontram os três maiores e mais pesados monumentos de pedra do mundo, chamados monolitos. Cada um pesa 1200 toneladas, mede 25 metros de comprimento, 8 de largura e 5 de altura. O maior peso que podemos, hoje, levantar com um guindaste é o ônibus espacial Discovery, que pesa somente 150 toneladas, 1/10 do peso dos monolitos. Não existe hoje tecnologia para levanta-los e muito menos para posiciona-los com tamanha precisão. O lugar onde foram talhados fica a 3 Km, onde se encontra uma pedra do mesmo tamanho que nunca foi utilizada, pelos construtores originais. Em virtude do seu tamanho a misteriosa plataforma tornou-se um lugar sagrado para as culturas, que depois do diluvio, se assentaram na região. Assírios, Persas, Gregos e por último os romanos, construíram os seus principais templos sobre a plataforma.
A segunda evidência encontra-se em Jerusalém. A cidade é sagrada para três religiões. La existem outros desse megálitos, monumentos gigantescos, pesando cada um mais de 800 toneladas. Por seu enorme e inexplicável tamanho, também se converteram em lugares sagrados em volta dos quais cresceu Jerusalém. Fazem parte da enorme plataforma que sustentava o templo dos judeus e que hoje segura a mesquita de El Aksa e a cúpula da Roca. As pedras fazem parte das fundações do Muro das Lamentações. Hoje chega-se la por um túnel que revelou as enormes pedras.
Os megálitos de Baalbek e Jerusalém faziam parte de construções desaparecidas com o cataclisma universal e permaneceram em seu lugar por serem tão imponentes. Este cataclismo destruiu a civilização atlante. Isso aconteceu por volta do ano 10900 aC. Quando o sistema solar transitava o signo de leão e esta registrado nos livros sagrados de todas as culturas do mundo.
A Terra emerge das águas
Quando se recuperou o equilíbrio, os sacerdotes sobreviventes ao cataclismo desembarcaram no centro da superfície terrestre, no lugar onde sabiam onde afluem as forças telúricas do planeta. Esperavam usar essas forças para dar impulso ao pensamento do homem, construindo maciças formas piramidais que ressoavam, concentravam e transformavam a vibração fundamental do planeta em energia.
Seres muito avançados espiritualmente, que tinham um conceito de progresso que não estava baseado em aquisições materiais, mas em encontrar a paz e a harmonia interior, transformando o limitado homem animal num super-homem. Esses sacerdotes, num momento que chamaram de Zep Tep (O Tempo Novo), viram ressurgir da agua um oasis estreito e longo, uma terra fértil rodeada pelo deserto protetor as margens de um longo rio... chamaram-no EGITO.
A terra que emerge das águas, o pais de um único rio, o Nilo com as melhores condições para gerar uma nova civilização. Os sacerdotes viram o cataclismo como uma oportunidade de orientar a humanidade a um destino mais alto e estruturar nesse novo ciclo uma sociedade dedicada ao aperfeiçoamento espiritual.
A esfinge demonstra os enormes ciclos de tempo que consideravam. Sua forma de leão com cabeça de homem ressalta o ciclo compreendido entre a era de leão e a de aquário, os tempos de influencia da nova civilização. Viam a vida como um processo desenhado por Deus, no qual o homem encarna sucessivamente para aperfeiçoar-se e ascender na hierarquia do universo. O espírito do homem que não entende o Criador e nem a razão do universo ou de sua própria existência se encarna num corpo para viver experiências que lhe permitam adquirir sabedoria e compreensão.
Vida após vida
O lugar onde reencarna e experimenta tudo em dois extremos opostos, é um universo polarizado e dual, que permite a comparação entre as partes para compreender qual é a verdadeira. Aprende-se individualmente, o resultado de cada decisão e comportamento na vida. O sofrimento permite entender a felicidade. E a angustia permite entender a paz. Ao longo de muitas vidas, comparando os dois extremos, entende-se que a verdade esta no centro na neutralidade do amor. Através da reencarnação o homem compreende a vida, se transforma num ser que respeita tudo que existe, compreende que tudo tem sua função. Aceita que todas as circunstâncias, mesmo as mais difíceis são perfeitas pois são lições para o aperfeiçoamento espiritual.
Vida após vida o homem vai subindo de nível, tem mais informação, permanece em paz e harmonia, maneja mais energia vital, se transforma num ser tolerante e respeitoso que alcança mais poderes. Compreende que no universo dual, em circunstancias contraditórias, a única coisa que não tem polaridade é o amor. O amor é neutro como Deus. Com o Zodíaco de Dendera, ensinaram que esse processo de aprendizagem concede a cada espírito um ciclo cósmico, 12 eras zodiacais. Um giro completo do sistema solar recebendo a radiação de cada uma das 12 constelações.
Durante esses 25920 anos do ciclo cósmico, reencarna 700 vezes em diferentes corpos, lugares, tempos, circunstancias, condições e personalidades. Em cada vida aprende algo diferente. Cada vez nasce influenciado de diferentes maneiras pelas forças que as estrelas irradiam. Assim, todo o ser vivo cumpre um ciclo cósmico, recebendo energia das 12 constelações e as influencias dos céus, que marcam ritmos e produzem estados diferentes.
Conhecendo a relação desse processo de aprendizagem, das vidas do homem na terra com o movimento do planeta e do sistema solar, regeram os seus planos pelas estrelas. Estruturam um método para revelar informações sobre Deus, o universo e o processo de aperfeiçoamento durante milhares de anos. Uma forma de mostrar ao homem o que é a vida e para que existe. Estabeleceram fases para revelar informações sobre Deus ao povo, etapas que mudariam com as eras zodiacais na abóboda celeste. Epocas dedicadas a estudar como Deus criou o universo e depois a consciência do homem.
Centros Religiosos
Cada fase da revelação foi dirigida por um centro religioso construído ao longo da coluna vertebral do Egito, o Nilo. Atuam como os chakra, ou centros de transformação e distribuição de energia e informação ao corpo do pais. Desenvolveram em 4 épocas 4 centros religiosos, cada um deles dedicado a explicar e conseguir a compreensão do povo sobre uma fase do genesis.
Cada um deles dedicado a um momento distinto do único Deus, com nomes e formas simbólicas diferentes. O primeiro centro religioso estabeleceu-se em Annu, chamada Heliópolis pelos gregos. Ao começar a era de gêmeos, no ano de 6620 aC, na época pré dinástica do Egito.
Uma época dedicada a simetria na arte e na arquitetura. Foi dedicada a revelar informações sobre as características, qualidades e significados de um Deus absoluto, o único Deus, a causa original o todo... que chamaram ATUM-RA, a unidade homogênea, estática, antes de manifestar o universo.
O segundo centro estabeleceu-se em Memphis, ao começar a era de touro, em 4460 aC. Foi dedicado a revelar informações de outro momento de Deus, quando manifesta o universo, os planetas e os homens.
Quando ativa sua vontade, sua energia divina e cria a matéria. Essa característica criadora de Deus, chamada PTAH. Durante essa época sente-se a influencia de Mento, o touro que representa a era de touro em todo o Egito, até no nome dos faraós.
O terceiro centro religioso foi criado em Hermópolis, dedicado a Thoth, assim chamaram o único Deus, quando multiplica a criação sobre a terra, com a diversidade da natureza, das plantas e dos animais.
O quarto centro religioso estabeleceu-se em Tebas, com a chegada da era de Áries. o ram no ano de 2300 aC. Foi dedicado a revelar informações sobre as características, qualidades e significado de Deus, quando cria a sua imagem e semelhança a consciência do homem. Chamaram-no Amon-Ra. Nessa época acontece o momento culminante da civilização. Constroem-se centenas de templos onde a imagem de carneiro predomina e os faraós incorporam Amon e ram aos seus nomes.
### Iniciados
As mudanças de era ou constelação zodiacal determinaram a duração de cada fase da revelação. O povo entendeu aos poucos que existe um só Deus, que por suas características e momentos diferentes em que cria o universo e o homem, tem nomes diferentes. Criaram uma Escola de Mistérios para transmitir os seus conhecimentos, garantindo os sacerdotes sucessores de sua casta para continuar o processo de revelação. Se desenvolveram ao redor dos templos e centros religiosos.
Em seu interior se dedicaram a converter os iniciados em seres respeitosos capazes de guiar seu povo e manejar as forças fundamentais da natureza. Escolheram seus discípulos entre todos os meninos do Egito, pelo nível de consciência e sensibilidade que demonstravam, dando-lhes a possibilidade de dedicar-se a uma vida de sacerdócio. Deram-lhes informações sobre o processo de aperfeiçoamento, sobre Deus e o Universo, através da reencarnação. Ensinaram-lhes ciência, arte, religião e filosofia.
Foram treinados a exercitar o seu auto-controle, aprenderam a conservar a sua energia vital, a compreender a importância do respeito e do livre arbítrio, acelerando o seu processo evolutivo. Foram convertidos em sucessores de sua casta, sacerdotes com o conhecimento e o poder que este produz, com a missão de guiar o povo no caminho do aperfeiçoamento geral.
Foram encontradas estátuas de sacerdotes, uns saindo de um cubo, outros representados como escribas, seres com conhecimento. Alguns poucos tiveram adicionado a seus nomes a palavra HOTEP, que significa sábio. Como Imotepe ou Amenhotep, filho de Raphu, em reconhecimento a sua sabedoria. Foi dos templos onde concentraram o conhecimento, o poder, a riqueza material e espiritual, que impulsionaram a organização da civilização egípcia.
O Olho de Horus
Utilizaram o Olho de Horus como símbolo dessa organização fechada de sacerdotes que dirigiram o destino do Egito por milhares de anos nas sombras atrás do faraó. A Escola de Mistérios utilizou o Olho de Horus como seu símbolo, uma assinatura que aparece nos templos de todo o Egito. Um símbolo que trás a mente e evoca o seu significado, sua ação principal, e transmite uma ideia de uma maneira muito simples além das palavras. Seu significado pode se entendido milhares de anos depois de ter sido desenhado.
Os olhos são o sentido do sol, a origem da vida. Atuam percebendo a luz e a vibração da cor. Transmitem a mente a força e a intensidade do fogo. Os olhos são os terminais nervosos que percebem a vontade de divina, a intensidade da luz, a força de Deus, que os egípcios chamavam de PHI. A força que condensa o espírito na matéria, dando lugar ao universo. O lugar de experimentação da consciência. São os únicos nervos na superfície do corpo e que podemos observar em seu funcionamento vital. Florescem dentro de esferas cheias de um liquido branco cristalino.
Os olhos simbolizam a dualidade. O olho esquerdo é solar, sensível ao negativo. O direito é lunar, sensível ao positivo e afirmativo.
Usam a sua informação para produzir a imagem mental correta do espaço. Simbolizam a experimentação da consciência num universo de contrastes, para encontrar a verdade em comparação com a partes opostas. Reagem a luz ativa do sol, produzindo na mente a verdadeira luz, a energia vital luminosa. Uma luz invisível que torna possível a inteligência e a compreensão da realidade.
Os pássaros evocam a ação de voar, a liberdade sem limitações materiais. O falcão é o pássaro que vê melhor. Horus o falcão representa o espírito quando completa a sua aprendizagem na vida mortal e limitada. Quando entende as verdades do universo, porque a verificou em muitas vidas e se eleva sobre as limitações materiais, sobre o tempo, sobre o espaço.
O olho de Horus é a consciência imortal que tudo sabe, tudo vê, pode voar muito alto sobre tudo que existe ou fixar atenção em qualquer detalhe. Evidentemente os sábios sacerdotes se viam como observadores e guias de um movimento de aperfeiçoamento em direção a luz. Por isso o seu símbolo era o Olho de Horus, o olho que tudo vê.
A começar pelos templos os sacerdotes do Olho de Horus guiaram em paz e harmonia o aperfeiçoamento espiritual do povo, revelando informações sobre o universo, Deus e o processo que sofre a consciência do homem.
Enorme complexo de templos
Protegido por muros altíssimos, cada templo é um enorme complexo, onde moravam milhares de pessoas. Homens e mulheres igualmente porque não havia distinção de sexo. Dedicavam pelo menos 21 anos de suas vidas recebendo informação e treinamento para se converterem em sacerdotes ou sacerdotisas.
O processo de aprendizagem era realizado em vários templos onde permaneciam por longos períodos onde recebiam as informações necessárias. Havia treinamento correspondente a esse e provas de autocontrole para alcançar outro nível em outros tempos sobre o Nilo. Cada templo era um biblioteca viva com informação especializada. Cada um continha uma lição diferente sobre o universo ou a razão da existência. Cada templo continha em seu interior um tema sagrado distinto, com informações que dão sentido a tudo que existe.
O nível básico se realizava nos primeiros sete anos, quando recebiam informações gerais sobre o universo e treinamento para manipular os centros energéticos mais baixos do corpo. Havia templos como o de Kom Ombo, dedicados a entender a necessidade do universo dual e polarizado, para permitir a mente comparar entre extremos opostos e assim compreender a verdade. Em seu interior aprenderam a controlar o medo da perda, a entender que se possui em cada vida o necessário para adquirir as experiencias de aprendizagem.
Tinham instalações que despertavam o medo da morte para aprender a controla-lo e entender que a morte é apenas um passo para o outra experiencia. Em túneis com água e crocodilos, grandes alturas, lugares fechados com serpentes, os iniciados provavam a sua determinação. La receberam a informação para superar o medo ao abandono, os instintos de agressão e defesa, a entender a existência de programas mentais inconscientes que geram reações automáticas para poder controla-las.
No Tempo de Luxor em Tebas, transmitiram os conhecimentos que tinham sobre o funcionamento do corpo e o treinamento para que a consciência se identificasse com ele. O templo inteiro era como um organismo humano, cada salão representando um órgão, com informações nos muros sobre sua função principal. Sobre o beneficio que o organismo inteiro obtinha ao realiza-la e a sua relação com os outros órgãos. Em seu interior realizam exercícios de concentração e de movimento levando a sua mente a cada órgão até que o corpo inteiro estivesse consciente e os manipulasse a vontade com um excelente instrumento.
Vários templos com sacerdotisas de Néftis e Isis se dedicavam a transmitir informações e treinamentos sobre as percepções físicas, as emoções e desejos carnais. Sobre a diferença entre as emoções superiores, a intuição e a inspiração. Aprenderam a transmutar as paixões e sensações do corpo com o poder do espírito. A elevar a consciência e sua depuração vital a solicitar a canalização de energia e a inspiração de espíritos em planos mais evoluídos para despertar a criatividade.
Muitos templos como o de Hathor em Dendera, estavam dedicados a ciência, astronomia, astrologia e matemática. Em seus terraços se dedicavam a registrar os céus, a entender as energias que cada constelação emite e os efeitos que produzem. Seguiam dia a dia os desígnios das estrelas, controlando a duração do ano solar, a data exata da enchente do Nilo. O momento em que a terra mudou da era de touro para a era de Áries e os lugares que afetam os processos de evolução.
Depois de receberem informações dirigidas a razão e treinamento para controlar sensações, emoções e pensamentos, dedicavam outros sete anos ao lado direito do cérebro, a inteligência do coração a encontrar a diferença entre pensar e meditar. O Templo de Karnac, o maior do Egito, estava dedicado a consciência, a analisar as forças que a moldam, ...
a entender o processo de evolução e acelera-lo, utilizando conceitos, palavras, sensações, pontos exatos ou movimentos. Aprenderam a concentrar-se em si mesmos, a diferenciar entre o eu superior e o ego, a identificar-se com o ser ou objeto externo até sentir e transformar-se no que se pensa. Realizavam exercícios de telepatia em lugares próximos e depois a distancia, num momento determinado do dia, até aprender a se comunicar mentalmente a qualquer hora. Recebiam informações sobre o tempo e treinamento para vive-lo como um eterno presente. Entendiam que pensar é comparar para conhecer e que quando se sabe tudo não se pensa nem se compara. Aprendiam a mudar de estado ou nível vibratório, a manejar as circunstâncias externas, conseguindo o equilíbrio emocional como uma decisão mental interna.
Cada templo continha três níveis de informação. Era uma maneira de revelar informação simultaneamente a homens em diferentes níveis ou estados evolutivos. O primeiro nível transmitia informações básicas dirigidas ao povo.
Drama Sagrado
Cada templo contava uma historia simples, repleta de símbolos e personagens fantásticos, um drama sagrado facilmente compreensível. As idéias eram expressadas como mito em forma de história. O mito, a historia fantástica, foi utilizado como método para revelar ao homem um mundo que ele so entende imperfeitamente. Os mitos ganham vida quando se acredita neles. Inventavam personagens com características simbólicas com formas que trazem a mente a sua função e atividade principal. Que participavam de historias simples e parabolas que contam verdades sobre a natureza humana sem a aridez e a abstração da filosofia ou da metafísica. O povo recebeu a informação sobre cada tema sagrado ao conhecer a historia central de cada templo. Ao conhecer as fraquezas e forças de cada personagem, as circunstancias que atravessam a maneira como os resolvem. Utilizavam um segundo nível de informação, dirigido aos discípulos, seres com um nível espiritual mais elevado, aos quais se explicava mais diretamente o mesmo tema sagrado de uma maneira mais concreta e profunda. Para isso utilizavam as cenas descritivas do mito talhadas nos muros do templo. Explicavam cada personagem, o que simboliza no universo, a parte no processo de aperfeiçoamento que representava, o porque da sua forma, comportamento e sua função principal. A sabedoria dos sacerdotes do Olho de Horus fica evidente na historia contada por cada templo e nas formas que utilizavam como símbolos. So olha-los e ja vem a mente a ação vital que representam ou a qualidade que se ganha ao realiza-la. Ao representar homens com cabeça de animal como símbolo, os transformam em idéias que evocam a característica vital do animal, trazem a mente a função do animal no universo. Um homem com cabeça de chacal adquire as suas características, seu instinto de orientação no deserto, seguindo-se as suas pegadas chega-se sempre a terras cultivadas, é portanto um excelente guia. Cada símbolo evoca uma simbologia. A forma simples de um pássaro evoca na mente o vôo, a liberdade. O disco solar sobre a cabeça de um homem, fala da sua iluminação, da sabedoria que irradia, da informação que tem, do nível da sua consciência. Estudaram detidamente animais e insetos, assim reuniram um profundo conhecimento sobre a sua vida, sua atividade principal. Suas necessidades vitais, os hábitos que desenvolviam para supri-las, sua dieta alimentar, sua gestação, seus hábitos sexuais e o sentido principal da sua existência. Escolheram os animais mais idôneos para representar uma ação vital e o que acontece no universo quando se executa. O processo da lagarta que se arrasta e tece para depois transformar-se em borboleta.
De todos os pássaros o falcão é o que vê melhor, tem um cérebro ótico com a vista mais perfeita e desenvolvida, por isso é escolhido para representar essa função vital, o sentido da visão. Uma figura humana com cabeça de falcão, é um ser que tudo ve que domina o panorama vendo perfeitamente cada um dos detalhes em que foca sua atenção. Figuras chamadas deuses ou Neter pelos egiptólogos que acreditam que o Egito era politeísta representam apenas uma ação vital, um comportamento que transforma e aperfeiçoa. Cada ação importante da vida tem um símbolo que a representa, comunica a transformação que acontece na essência do individuo que a executa o que obtém dela. Um par de braços indica adoração, um par de pernas ação de andar, uma boca a ação de falar. E por ultimo, num terceiro nível de informação, cada templo guardou um código secreto embebido no próprio símbolo, era conhecido apenas pelos altos sacerdotes e mestres, com informações sobre forças e energia fundamentais, como controla-las e utiliza-las para prestar serviço ao seu povo.
Paz, harmonia e desenvolvimento da consciência
Em templos como o de Horus, em Edfu, o sumo sacerdote levou seus discípulos mais evoluídos a descolar sua consciência no tempo abrindo o inconsciente para reviver e compreender suas vidas passadas em seu processo de reencarnação. O sumo sacerdote foi sempre um ser muito adiantado no caminho espiritual. Ele não se identificava com o corpo, conhecia perfeitamente o seu funcionamento e que energia utilizar para equilibra-lo. Controlava do centro nervoso do alto da cabeça o mais alto da cabeça o mais alto nível de energia vital. Permanecia num eterno presente irradiando amor, guiando e servindo com seu divino poder. A matéria apenas recebe, se contrai, dar é irradiar, essa é uma característica vibratória do espírito. Os seres de cada nível recebem e transmitem aos níveis inferiores. Em seus salões entenderam que a realidade se compõem de sete níveis de energia vibratória, sete correntes energéticas com sete diferentes níveis de poder ou força. O corpo tem sete chakras ou centros de transformação da energia fundamental do universo. Cada ser humano, em sua vida presente, utiliza um desses sete centros, dependendo do nível de evolução de sua consciência. Quanto maior compreensão do universo mais respeito , mais alto o chakra, o centro nervoso utilizado para transforma a energia, maior quantidade de energia processa diariamente, e mais poderes transcendentais tem.
O sumo sacerdote podia controlar as forças fundamentais pelo altissimo nível de energia vital em que permanecia o seu organismo. Seu sistema nervoso tinha uma resistencia correspondente a esse nível de energia. Assim em todos os templos do Egito os iniciado receberam informação e treinamento, aumentaram paulatinamente seu nível de energia vital e de maneira correspondente o nível de resistencia dos nervos de seu corpo.
Aprenderam a manter-se em paz, harmonia, respeitar tudo que existe, aceitar a perfeição do universo, para conservar os seus níveis de energia vital, no caminho do aperfeiçoamento que leva a onipotência ao controle de forças e energias superiores. Um intenso preparo fisico mental e espiritual que terminava com o momento de experimentar o tudo e o nada, o manifesto e o não manifesto. E receber numa pirâmide uma poderosa energia que permite vislumbrar o sétimo nível de consciência. Durante a era de touro se dedicaram a experimentar um forma piramidal de tecnologia ressonante, que transformava as vibrações do planeta em energia, um conhecimento herdado a ser colocado em prática.
Colocaram maciças formas piramidais de milhões de toneladas em pontos nevrálgicos sobre a malha eletromagnética do planeta. A massa piramidal que continha milhões de partículas de quartzo, vibrava com a Terra, produzindo energia pela fricção de suas moléculas num fenômeno que hoje chamamos de peso elétrico. Construíram muitas pirâmides, até chegar ao modelo perfeito da pirâmide de Quéops. Seus corredores, galerias e câmaras, transformaram essa energia em som, fazendo vibrar, em níveis cada vez mais altos, o que fora preparado física, mental e espiritualmente. Essa força impulsionava a mente do homem a perceber outras dimensões, chegando a outros estados especiais de consciência. Com essa ajuda externa os iniciados vislumbravam o sétimo nível de consciência. Retornavam relembrando o êxtase obtido, as verdades verificadas, para transmiti-las a seus companheiros com palavras e ações. Em suas meditações posteriores obtinham novamente esse estado de unidade sem movimento, até que essa situação se consolide definitivamente e eles fiquem permanentemente no estado de Deus-Homem, sempre irradiando energia positiva de amor.
As formas puras do Universo
O conhecimento sobre as formas puras do universo, os blocos básicos com os que se organiza a energia e a matéria foram fundamentais para o desenvolvimento da civilização egípcia. Hoje chamamos essas formas puras de sólidos platônicos. Cinco polígonos com seus lados e ângulos iguais baseados em triângulos equiláteros, a forma divina, sem tensões. Utilizando essas formas puderam produzir efeitos de ressonância e concentração energética, para elevar a percepção da consciência para conseguir efeitos de supercondutividade, com os quais se anula a força da gravidade. Hoje se descobriu que o planeta tem pontos nevrálgicos, chamados nodos diamagnéticos, onde se pode controlar a força de gravidade do planeta e produzir fenômenos de supercondutividade. A supercondutividade permite ampliar ou diminuir a força da gravidade. Ao aumentar o peso das pedras se enterrava conhecimento sem que fosse necessário escavar. Ao diminui-lo tornaram as pedras leves para empurra-las e move-las facilmente desde pedreiras longínquas.
Na ilha de Sehel foram encontrados hieróglifos com fórmulas para produzir uma espécie de concreto que parece rocha. Cientistas franceses os decifraram parcialmente. Suas experiencias confirmam que se trata de polímeros que ao solidificar-se produzem uma espécie de pedra. Isso explica a facilidade em fazer juntas tão exatas entre as pedras dos seus templos, conseguindo usar os blocos ja fundidos como forma para os novos.
Mas o mais importante foi sua visão de que a vida é um processo desenhado por Deus para ampliar a consciência do homem. Que o espírito encarna repetidamente num corpo para compreender a harmonia pelo resultado de suas decisões. Ao viver muitas vidas com experiencias opostas, de angustia e de paz, de depressão e felicidade, de riqueza e de pobreza, de saúde e de doença, compreende a razão de sua existência e acaba com as limitações materiais, transformando-se num super homem imortal. Um ser que não perde na morte a consciência e informação acumulada, um espírito sábio que ao final de um processo, sobe outro degrau na perfeição do universo.
Uma criação do amor
O homem reencarna muitas vezes. No principio sua animalidade é dominante, a intolerância e a agressão determinam uma vida de sofrimento. Aos poucos se enche de dores e ao tentar remedia-las deixa de atacar, encontra a paz e com ela altos níveis de energia vital. Com a informação do processo de aperfeiçoamento e das leis que o regulam os egípcios melhoraram de vida, aceitaram os momentos difíceis como parte do caminho de seu aprendizado, permanecendo assim em paz e harmonia. Os templos revelaram como o homem, num mundo de dor, podiam transformar-se em seres sem limitações físicas, com conhecimentos para transmutar a matéria e locomover-se, livremente, no tempo e no espaço. Entre as contradições de cada vida se aprende algo, se renasce um pouco mais sábio. Na polaridade entre a luz e a escuridão, entre o medo e o amor, se aprende a encontrar a paz e a harmonia, a manter a energia vital. Ao sentir na pele os tormentos que produzem a ira, o ódio, o rancor ou a vingança, se compreende o valor da harmonia. Ao compreender que cada decisão produza paz ou sofrimento, pode-se passar do inferno da vida ao céu da mesma.
O povo entendeu que todas as ações da vida diária, pescar, semear, colher, são uma maneira de aproximar-se de Deus, de se aperfeiçoar a cada dia. Construíram uma comunidade em paz, uma tal felicidade que quando o historiador grego Heródoto visitou o Egito no ano 500 aC, não pode deixar de afirmar: "De todas as nações da terra, os egípcios são os mais felizes, sãos e religiosos". Apesar disso não tinham uma palavra em sua lingua, que significasse religião. Não viam diferença entre o sacro e o mundano. Viam-se como os encarregados em compreender que Deus, o universo e o homem formam uma unidade manifesta pelo amor. A mensagem transmitida pelos egípcios, em seus templos, é a de que todos os homens avançam por um caminho de aperfeiçoamento que leva muitas vidas. Alguns estão mais evoluídos que os outros, mas todos chegaram a imortalidade e a consciência permanente, somente aprendendo a ser flexíveis, aceitar as circunstancias e a respeitar todos os seres que nos rodeiam. O caminho pode ser de dor e sofrimento ou de paz e harmonia, depende da valorização do que se tem e de agradecer a oportunidade de estarmos vivos para tomarmos consciência de que fomos criados por amor.
Fonte: Documentário, em vídeo, "O Olho de Horus" - INFINITO (Ano de 2000). Compilação e adaptação do texto, Renato. Revisado por Renato em 2022.