Bom, o que vou falar hoje neste artigo você pode pensar e dizer:
"Este cara está louco, olha só quantas aplicações novas e desenvolvimento estão surgindo, no que se refere a pagamentos, finanças convencionais ou finanças descentralizadas (DeFi)".
Bom, de certa maneira você pode estar certo, mas deixe-me apresentar pra você um outro lado da blockchain que talvez você desconheça.
Como eu citei acima, finanças, esta é a palavra-chave do que me refiro. A maioria das aplicações e DApps que temos conhecimento e familiaridades atualmente são juntamente relacionados a finanças. Mas será que blockchain se aplica apenas nos setor financeiro?
Estou certo que não!
E é aí que vou mostrar pra vocês, a exemplo do Protocolo Algorand e a tecnologia blockchain em geral pode ir mais longe e atingir mais camadas da sociedade, desde segurança de dados ou alimentar e direitos autorais até casos de uso que envolvem governança pública ou meio ambiente.
Para entendermos melhor então, vou pegar aqui algumas situações que envolvem problemas ambientais, como as emissões de gás carbônico ou talvez até mesmo problemas relacionados ao clima, extração ilegal de madeira ou mesmo cadeia de produção de alimentos. Tem uma coisa que vem crescendo muito na sociedade da informação que vivemos hoje. Diante de tantos problemas ambientais e essa preocupação crescente, as pessoas em geral e os consumidores começaram a se tornarem mais exigente em relação ao modo como os fabricantes lidam com seus produtos e a cadeia em geral da produção. Hoje já existem muitas formas de lidar com isso como os selos de certificações ambientais ou até mesmo produtos artesanais onde os consumidores são capazes de ver de perto onde e como são produzidos, e tudo isso é muito bom. Mas fica uma pergunta: até que ponto os selos verdes como "produto orgânico" ou "madeira legal de reflorestamento" como FSC (Forest Stewardship Council) são genuínos e não frutos de corrupção ou algo do tipo?
Assim como tudo isso que mencionei acima, também devemos considerar atualmente o mercado do carbono, onde as empresas emitem certificados que comprovam o "crédito do carbono", ou seja, de certo modo é uma comprovação que aquela empresa cumpre com seu papel ambiental e ela pode então vender digamos que tranferir seu "direito de emitir carbono" a outra empresa que necessite uma maior produção, uma vez que esta primeira, que cumpre as leis ambientais está em dia com o meio ambiente. Mas aí então também esbarramos em outra questão. Até que ponto é verdade o que diz esta empresa que se diz ambientalmente correta? Não é possível se emitir ou fraudar também os créditos de carbono?
Certamente sim, assim como em um governo também é possível fraudar licitações, desviar verbas e muitos mais.
Então, e o que é que blockchain tem a ver com tudo isto?
Eu diria tudo o que tem a ver com isto, simplesmente por três pontos:
a imutabilidade do livro razão;
a transparência da informação;
segurança dos dados.
A boa notícia é que já existem estudos na área jurídica e empregos em cadeia de bloqueio que também podem ser benéficos para a luta contra a corrupção, como menciona um funcionário público do BNDES no Brasil (Gladstone Arantes Jr.), veja só:
"Como funcionário público, meu papel é trabalhar para construir uma relação de confiança entre a administração pública e os cidadãos brasileiros.
Desde o início do projeto BNDES Token, essa tem sido nossa intenção. Meu objetivo é levar esse conceito para além dos muros do BNDES."
Residência: Rio de Janeiro
Categoria: Política
Formação: PUC-RJ
Conhecido por Membro da equipe focada em criptomoeda e blockchain do BNDES, participando inclusive do projeto de criação do token próprio do banco
Tudo bem até aqui, mas quais avanços vem tendo as empresas e infraestruturas relacionadas a blockchain. Como elas pretendem revolucionar a cadeia de suprimentos dos alimentos por exemplo, ou talvez controlar de forma mais eficiente e descentralizada possível a emissão de créditos de carbono ou algo relacionado?
Uma vez que você tem um registro imutável e transparente, fica muito mais fácil monitorar o que e quanto agrotóxico foi usado no produto que você está comprando no supermercado, com uma simples leitura do QRCode dele. Outro exemplo também pode ser você rastrear de qual reserva legal veio a madeira utilizada em um móvel que você está comprando para enfeitar sua casa. Isso é impressionante!
Veja alguns exemplos de como blockchain já está revolucionando o setor ambiental e crescendo seu ecossistema:
A Global Carbon Holding associa-se à Algorand Foundation para alavancar a tecnologia da cadeia de bloqueios e trazer maior transparência e confiança ao ecossistema global de Créditos de Carbono.
https://algorand.foundation/news/global-carbon-grant-award
ClimateTrade é uma empresa espanhola cujo principal objectivo é ajudar as empresas a alcançar os seus objectivos de sustentabilidade através da compensação das emissões de CO2 e do financiamento de projectos de alterações climáticas.
https://www.algorand.com/what-we-do/use-cases/climatetrade
PlanetWatch desenvolveu e implantou uma rede global de sensores de qualidade do ar de baixo custo e organizações e indivíduos com consciência ambiental que instalam sensores de qualidade do ar, com o objectivo de validar, filtrar e exibir dados na Internet e através de uma aplicação móvel em tempo real.
https://www.algorand.com/what-we-do/use-cases/planetwatch
Deste modo, espero que você leitor deste site, tenha experimentado e percebido apenas alguns exemplos de como a tecnologia por trás das criptomoedas, conhecida como blockchain pode impactar variados setores da sociedade, como o setor ambiental por exemplo. As criptomoedas são apenas a ponta do iceberg que vemos expresso em Bitcoin ou qualquer outra moeda Prova de Trabalho (PoW). Aas infraestruturas que não entenderem o que está por vir, podem ficar limitadas a pequenas comunidades de entusiastas, sem um real caso de uso para seus produtos. Fique ligado!
